Era uma linda tarde de sexta-feira. Dona Valéria lutava contra a doce Isadora na mesa do almoço. Ela insistia para que a filha comesse arroz, feijão, frango, cenoura e beterraba, mas Dorinha, como era carinhosamente chamada pela família, queria mesmo era comer mingau de farinha láctea.
A cena se repetia toda semana, e a pequena conseguia sempre dobrar a mãe, que achava graça da confusão que ela fazia com o nome da comida:
-Mãe, eu quero comer a via láctea, igual aquela que a vovó faz. É quentinha, vai fazer bem pra minha garganta, que está dodói.
Por diversas vezes, ela tentou explicar a Isadora, que Via Láctea e farinha láctea eram coisas bem diferentes. E a filha, embora já tivesse gravado o discurso da mãe, parecia não se importar com o erro:
- Tá bom mamãe, eu já entendi. Mas eu posso comer a via láctea mesmo assim?
Dona Valéria riu, e fez o mingau que sua filha tanto queria. Além de comer, ela aproveitou para tirar fotos com sua filhota, que logo iam parar no painel da família, lotado de imagens de todas as fases da vida de Isadora, como seu nascimento, a primeira vez que sentou, a última vez que mamou no peito, e quando nasceu seu primeiro dentinho.
Ao anoitecer, as duas contaram ao papai João Bosco, como tinha sido divertida aquela tarde, e como tinham sentido sua falta. Os três adormeceram juntos na cama do casal, após darem muitas risadas e relembrarem de histórias do passado.
Mariana Musa 1COM12C
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