França, agosto de 1911.
As capas dos jornais daquela época estampavam o “audacioso” roubo da Mona Lisa, quadro de Leonardo Da Vinci. Naquele dia, um funcionário italiano do Museu do Louvre, na França, onde a obra ficava exposta desde a revolução francesa, decidiu roubar o quadro e levá-lo de volta para a Itália, seu país de origem. Este funcionário, Vicenzo Peruggia, se aproveitou dos privilégios como funcionário do museu e executou o roubo, que só foi percebido vinte e quatro horas depois.
Foram dois anos de buscas pela obra até que em dezembro de 1913 em Florença, na Itália, o quadro foi recuperado. O autor do crime, em sua defesa, disse ser muito patriota e que o lugar do quadro era na Itália.
O curioso de toda esta história é que as pessoas continuavam a visitar o museu do Louvre apenas para ver um espaço vazio na parede, reservado a Mona Lisa.
É difícil generalizar os sentimentos daqueles que passavam horas na fila do museu apenas para olhar para a parede vazia. Para os amantes das artes, poderia ser algo parecido como um parente querido que é levado dessa vida e nem tivemos tempo de um “adeus”. Só resta ir ao túmulo ou, no caso, ir a uma parede vazia lamentar por “saudades”.
Para aqueles que diziam ser impossível tal fato, iam ver naquela parede vazia o grande tom de ousadia do ladrão italiano. Já para os dramáticos, restava olhar a parede e se anestesiar com a própria. Para os incrédulos era “ver para crer”.
Mas, para a grande maioria daquelas pessoas, ir ao Louvre era poder ter a chance de estar ali e participar da história da humanidade sendo feita, mesmo que de uma forma tola e ao mesmo tempo intrigante.
Todos nós queremos passar por essa vida e deixar um legado ou ter a chance de participar de um. Mona Lisa foi um legado de Da Vinci. Dizer que “viveu” o drama de seu roubo é indiretamente participar do legado do pintor italiano.
Além de tudo disso, o quadro de Da Vinci tem esse poder “hipnótico” sobre as pessoas. Mesmo não estando presente em seu devido lugar, haverá sempre algo novo a se admirar no quadro de Mona Lisa. Mesmo que sejam as suas lembranças numa parede vazia.
Victor Abreu da Silva, 1COM12C - Jornalismo
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