Tô ficando velho! Um dia desses, às 2h da manhã, peguei o carro e fui buscar minha filha adolescente na saída do show do Charlie Brown Jr. Ela e as amigas estavam eufóricas e eu ali, meio dormindo, meio de pijama, tentei entrar na conversa. “E aí, o show foi legal?”
A resposta veio de uma mais exaltada do banco de trás:
- Cara! Tipo assim, f*!
E a outra emendou:
- Tipo f* mesmo!
Fiquei tipo assim calado o resto do percurso, cumprindo minha função de motorista,a qual começo seriamente em levar como profissão,já que a faço 4 a 5 vezes por semana, desde shows em que além de levar preciso descobrir o paradeiro,a casa da prima da irmã da cunhada da “BFF” dela,seja lá Deus do céu o que isso quer dizer.
O universo feminino é complexo até demais pro meu gosto.Taí, está complexo demais pro meu gosto! Porque eu preciso lembrar qual era a cor do laço da sapatilha que a minha namorada usava no dia do nosso primeiro beijo? Será isso um código universal entre as “esposinhas”? Sim,isso mesmo,esposinhas.Grupo de mulheres que, mesmo não casadas oficialmente,seguem a risca o papel de esposinha.Como ainda não podem lavar, passar e cozinhar para seus até então alvos com membros interessantes e gostos musicais duvidosos ,elas descontam todo ódio acumulado na visão de amigas, primas e tias botando o bambolê no dedo,e elas ali,esperando o bonitão fazer o pedido,antes que ela mesmo compre um anel caríssimo na melhor joalheria,se peça em casamento,e o pobre coitado só saiba do casamento na véspera,quando ela faz questão de lembrá-lo que não convidou aquela “primaguete”dele,que ela cisma que ela não quer só ter um laço familiar com ele. As mulheres da minha vida me fazem cair sempre nessa mesma interrogação,e que sempre penso no caminho da casa de alguma amiguinha da minha filha,que odeia que eu chame suas coleguinhas de amiguinhas,como uma tentativa de entendimento desse unvierso magnifico,cheiroso e palpável das mulheres,vem a minha cabeça em um simples toque do meu retrovisor.
Daphne Leite dos Santos Turma 1COM12D - Manhã
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